Foto: Maxwell Vilela

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Cannabis Sativa, Maconha, Chá, Baseado, Marihuana, Santa Maria, são alguns dos nomes dado a erva milenar que ainda polemiza o mundo. Dentre seus muitos apelidos, um que talvez defina a planta na política brasileira, seja: Erva do Diabo. Num congresso que carrega nas canelas os grilhões da bancada conhecida como BBB (Boi, Bala e Bíblia), discutir sobre a descriminalização e a legalização das drogas no país se torna muito mais desafiador do que parece, mesmo tratando-se da saúde de milhares de brasileiros.

Uma remessa de Canabidiol (CBD) – medicamento derivado da maconha – está retida há dias pela Receita Federal no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, sob a alegação de que a carga chegou ao Brasil sem o registro da Declaração de Importação (DI). Devido ao impasse burocrático, 18 crianças, 16 do Pará, 1 de Brasília e 1 de Belo Horizonte, pacientes epilépticos e autistas severos graves, aguardam o remédio doado pela empresa norte-americana CBDRx, sediada no Colorado (EUA).

Para o Médico Leandro Ramires, Presidente da Associação Brasileira de Pacientes de Cannabis Medicinal – AMA+ME, tal situação se compara “a retenção de uma doação de medicamentos, de origem estrangeira, para um país vítima de catástrofe e a burocracia impedisse o acesso das vítimas ao seu alívio”. O médico ainda explica: “o problema estaria no detalhe de que a doação deveria ter sido feita em forma de ‘remessa expressa’ e não de ‘importação formal’. Já fizemos tudo o que tínhamos para cumprir. Eu fico muito chateado com essa circunstância, porque são pessoas que correm risco de morrer. As mães estão me ligando e eu realmente não sei mais o que fazer”, lamenta.

Matéria originalmente publicada por História Incomum