Como avaliar o valor da contribuição científica para o controle de uma doença crônica? Nós entendemos que o valor é super especial!

Foi publicado na Revista Frontiers in Veterinary Science, no início de fevereiro, o Estudo de caso: Terapia canabinoide para lúpus eritematoso discoide em uma cadela. O artigo descreve terapia oral canabinoide individualizada com THC e CBD, que abre uma luz em favor de um melhor da doença através do uso medicinal da cannabis.

Este lúpus é uma doença de pele autoimune comum em humanos, também afetam os cães. A doença pode afetar articulações, pele, rins, células sanguíneas, cérebro, coração e pulmões e tem grande impacto negativo na qualidade de vida do cão e cuidadores.

O tratamento com canabinoides foi possível graças ao incentivo de Associações de Pacientes de cannabis medicinal que forneceram óleos para a pesquisa. Durante todo o período de tratamento, o cão exibiu um bem-estar geral robusto, manteve uma disposição ativa e lúdica e experimentou uma estabilização de seus sinais do lúpus na pele.

A equipe de pesquisa científica da Clínica da Escola de Veterinária (CVE), da Universidade Federal de Santa Catarina , é formada por Maria Eduarda Schmitz da Silva , Bruna Christianetti , Erik Amazonas e Marcy Lancia Pereira . A publicação destaca que os óleos medicinais de cannabis, além de aliviar a dor, emergem como potencial tratamento contra inflamação e excesso de trabalho do sistema imunológico, também no mundo veterinário.

“O canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabinol (THC) inibem a degranulação dos mastócitos, reduzindo a liberação de mediadores inflamatórios como histamina e prostaglandinas (15). O CBD e o THC também regulam a produção de citocinas pró-inflamatórias interleucinas (IL)-6 e fator de necrose tumoral (TNF)-alfa (15), enquanto promovem a liberação de citocinas anti-inflamatórias como a IL-10 e promovem a atividade de células T reguladoras (Tregs) (16), que suprimem a resposta imune geral e previnem a inflamação excessiva e eliminam os radicais livres que impedem o estresse oxidativo (17). O CBD pode inibir a ativação da cascata do Complement, evitando o recrutamento de mais células inflamatórias. Conhecido por seus efeitos analgésicos e antipruriginosos, o THC parece atuar através da ativação de receptores CB1 em neurônios sensoriais, o que inibe a transmissão de sinais de coceira para a medula espinhal e o cérebro, proporcionando alívio direto dos riscos e desconforto. O THC pode suprimir a liberação da substância neuropeptídica P, o que contribui para a inflamação neurogênica e a sensação de coceira e, assim, reduz a inflamação neurogênica”

A doação de óleos medicinais de cannabis durante todo o tratamento foi colaborativa, feita pelas associações brasileiras ama-me, Alternativa, Cannabis Sem Fronteiras e Santa Cannabis

Continuaremos apoiando e incentivando a produção científica no país. A parceira com o Departamento de Biociências e Saúde Única, Centro de Ciências Rurais, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o Centro de Desenvolvimento e Inovação em Cannabis (PODICAN/UFSC), ambos em Curitibanos, ainda renderá bons frutos.