Dentro da classificação taxonômica, o termo Cannabis se refere a um gênero de plantas da família Cannabaceae (Figura 01), dentro da ordem Rosales, no filo Angiospermicas pertencente ao reino Plantae. O gênero, por sua vez, pois três espécies: Sativa, Índica e Ruderalis.
Na natureza, a cannabis é um arbusto que pode crescer até dois metros de altura e se desenvolve em zonas de climas tropical e temperado. Originalmente encontrada na região central e sul da Ásia, território chinês, se espalhou para a Índia, estendeu-se até Oriente Médio, de lá para o Norte da África. Via Turquia, chegou à Europa ao mesmo tempo em que descia para a África Subsaariana.
Os arbustos de cannabis, conhecidos como cânhamo (figura 02), se dividem em machos e fêmeas e a fecundação acontece por polinização pelo ar ou por vetores vivos, insetos por exemplo.
O cânhamo é rico em fibras (figura 03) altamente resistentes o que se constitui em aplicação têxtil em âmbito industrial. Historicamente, as fibras do cânhamo foram responsáveis pela expansão transatlântica do imperialismo nos sec. 15 e 16, as velas e todas as cordas das embarcações eram produzidas com fibras de cânhamo.
A floração, discreta planta macho, produz os “estames”, órgãos sexuais masculinos, repletos de pólen. A planta fêmea apresenta floração robusta rica em “pistilos”, órgãos sexuais femininos, e apresenta elevada concentração de fitocanabinoides (figura 04), grupo específico de substâncias químicas.
Cultivada artificialmente, durante o desenvolvimento do vegetal, é possível separar as plantas machos das plantas fêmeas que, não fecundadas, produzem ainda mais fitocanabinoides que se concentram em pequenas estruturas denominadas “tricomas” (figura 05) localizados nas flores e na superfície de pequenas folhas próximas às flores.
A floração esta relacionada à diminuição da luz diurna, quando os dias ficam mais curtos. Artificialmente é possível induzir a floração controlando a iluminação que as plantas recebem. Na maioria das vezes após a floração, a planta fêmea sofre um processo de ressecamento e morre espalhando suas sementes no solo ao redor promovendo assim, a expansão da vegetação de maneira natural, comportamento semelhante a um matagal.
Em cultivos artificiais, durante o desenvolvimento de plantas fêmeas, é possível produzir clores através da retirada de pequenas mudas de plantas antes da floração. Muitas subespécies foram desenvolvidas através de cruzamentos em laboratórios o que determinou proporções diferentes entre os fitocanabinoides dentro de uma mesma planta.
Originária de clima tropical e temperado, a cannabis se adapta muito bem as condições brasileiras, podendo ser cultivada em quase todo território nacional.
A cannabis produz aproximadamente 70 fitocanabinoides que são moléculas lipídicas, com características de gordura, conhecidas como ácidos graxos que possuem inúmeras propriedades medicinais. Os mais conhecidos são: canabidiol (CBD) e ∆ 9 tetra hidrocanabinol (THC). Além dos fitocanabinoides exclusivos do gênero cannabis, a planta produz vários tipos de “terpenos”, substâncias responsáveis pelo sabor e odor que demonstram ter papel indireto na ação dos fitocanabinoides além de propriedades terapêuticas próprias. Muito se tem a estudar sobre estas substâncias.
Como droga de abuso, o consumo se dá por via inalatória ou digestiva. As flores das plantas fêmeas, depois de ressecadas, podem ser trituradas e fumadas (cigarro, cachimbo, narguilé, por ex.) ou vaporizadas em dispositivos portáteis, próprios para esta função. Estas flores também se constituem na matéria prima para produção de extratos vegetais ricos em fitocanabinoides, que se misturam a óleos vegetais comestíveis, servindo para consumo puro ou em vários pratos gastronômicos.
Categoria: Mural