Os primeiros registros arqueológicos do uso medicinal da cannabis datam de 2737 AC e, mesmo após todo esse tempo, muito ainda se tem a investigar sobre o potencial terapêutico da cannabis. Tratada, por comunidades antigas e contemporâneas, como um poderoso remédio para as mais variadas doenças. A partir de meados dos anos 90, o uso medicinal da cannabis ganhou interesse na comunidade científica mundial após a descrição científica do Sistema Endocanabinoide (SE) que se consolidou com um sistema que modula vários processos fisiológicos e que se constitui em “alvo terapêutico” para tratamento de várias condições patológicas.

Assista o documentário “The Scientist” e conheça o Prof. Raphael Mechoulam

Raphael Mechoulam Mais sobre Mechoulam (link: https://youtu.be/csbJnBKqwIw)

Raphael Mechoulam

O ponto inicial para compreensão do SE é a descoberta dos fitocanabinoides: Canabidiol (CBD) em 1963 e, um ano depois, a descoberta do ∆9 tetraidrocanabinol (THC) que são canabinoides de origem vegetal, pelo Professor Raphael Mechoulam e seu grupo de pesquisa em Israel com colaboração de pesquisadores de outros países. Os pesquisadores acabaram por descobrir que a ação dos fitocanabinoides, no Sistema Nervoso Central (SNC), se dava através de ligação específica com um receptor de membrana celular (figura 01) denominado CB1.

Receptores transmembrana (CB1 e CB2)

Figura. 01. Receptores transmembrana (CB1 e CB2)

As maiores concentrações destes receptores foram encontradas nos gânglios da base (estruturas cerebrais relacionadas com os movimentos, sua degeneração está ligada à síndrome de Parkinson), e no cerebelo, altas concentrações também foram observadas nos neurônio piramidais (figura 02) do hipocampo (envolvido na formação de novas memórias e também está associado com a aprendizagem e emoções, sua degeneração está ligada à síndrome de Alzheimer), no giro denteado e nas camadas I e IV do córtex cerebral. Concentrações intermediárias foram encontradas no núcleo accumbens (centro da recompensa, prazer, impulsividade e comportamento maternal) e foram ausentes no tronco cerebral, bulbo (estrutura responsável pelas funções autônomas como a respiração, por exemplo) e hipotálamo (responsável pelo equilíbrio das funções internas corporais em ajustamento ao ambiente, principalmente por meio da coordenação entre o sistema nervoso e o sistema endócrino).

Neurônio de ligação do hipocampo (neurônio piramidal)

Figura 02. Neurônio de ligação do hipocampo (neurônio piramidal)

A ausência de receptores CB1 em neurônios do bulbo confere segurança ao uso terapêutico e recreativo da cannabis uma vez que o risco de parada cardiorrespiratória induzida por canabinoides é praticamente impossível. Hoje, apesar de serem reconhecidos como receptores centrais, os CB1 também são encontrados no baço, amigdalas, glândula adrenal, coração, mucosa intestinal, útero, ovário e testículos dentro outros tecidos e órgãos. A descoberta do CB1 estimulou outra busca ainda mais intrigante. Se existe um receptor de superfície celular específico para um canabinoide externo, era preciso encontrar endocanabinoides, produzidos pelo próprio corpo, que justificassem a existência destes receptores específicos. Algo semelhante ao que acontece com a morfina e as endorfinas. No inicio dos anos 90, o grupo de Mechoulam identifica os endocanabinoides anandamida e 2-arachidonolyl-glycerol (2AG). Em 1995, o mesmo grupo de pesquisadores identifica um segundo receptor canabinoide, conhecido como CB2 que pode ser localizado em menor concentração do que o CB1 nas células nervosas, entretanto é muito mais concentrado em células não nervosas e periféricas, dentre as quais, se destacam: células do sistema imune, epiteliais, ossos, intestinais, aparelho reprodutor e até mesmo em células de tumores malignos. Ao longo de cinco décadas e depois de importante produção científica destacada abaixo, Mechoulam e colaboradores propuseram a existência de um sistema biológico, o sistema endocanabinoide, até então desconhecido pela maioria dos pesquisadores. Dentre as principais publicações, merecem destaque: O leitor pode clicar no ano e ter acesso à publicação original. 1963   Descoberta do Canabidiol (CBD) 1964   Descrição da molécula psicoativa da cannabis ∆ 9 tetra hidrocanabinol (THC) 1983  O THC reduz a histamina no cérebro 1992  Identificação da Anandamida (AN) e 2-arachidonolyl-glycerol (Ara-Gl), canabinoides produzidos pelo cérebro humano, endocanabinoides. 1995  Identificação de receptores canabinoides CB2 periféricos. 2006  Identificação do papel do Sistema Endocanabinoide na manutenção da massa óssea. 2008 Papel anti-inflamatório do CBD dentro do sistema imune na diabetes tipo II em modelo experimental. 2015 Consolidação do Sistema Endocanabinoide 2016  Potencial antineoplásico do CBD contra o neuroblastoma, um tumor cerebral. 2017  Estudo experimental consolida o CBD como potente ansiolítico. O sistema endocanabinoide é constituído pelos receptores canabinoides CB1 e CB2, os endocanabinoides anandamida e 2-arachidonolyl-glycerol (substancias que apresentam afinidade específica sobre esses receptores) e suas enzimas de síntese e degradação. Hoje identificados e relacionados com processos fisiológicos e patológicos. A ativação e/ou bloqueio destes receptores, existentes nas células dos mais variados sistemas biológicos, pelos fitocanabinoides que são moléculas produzidas, naturalmente, pela cannabis tais como THC, CBD, THCa, CBDa, CBG dentre outros mais de 70 canabinoides, produzem efeitos biológicos que podem trazer alívio para um série de doenças relacionadas ao sistema biológico envolvido. A capacidade de intervenção médica, através da administração de fitocanabinoides que são agonistas dos receptores CB1 e CB2 desencadeando alguma ação celular ou canabinoides sintéticos que, ao se ligarem nos receptores, podem apresentar uma ação agonista ou antagonista, bloqueando o receptor, dependendo do sistema biológico envolvido, demonstra o amplo espectro de ação dos canabinoides. A extensa complexidade de ações biológicas envolvidas no SE é suficiente para estabelecimento de uma nova especialidade médica, a medicina canabinoide. Sistema endocanabinoide esquema O interesse médico se amplia de maneira acelerada em conjunto com a publicação de novos estudos científicos relacionados aos canabinoides e sua aplicabilidade clínica. Em consulta ao site PubMed.gov, da US National Library of Medicine National Institutes of Health, utilizando a palavra cannabinoid na caixa de pesquisa, observamos o crescente número de publicações a partir do inicio da década de 60.

Gráfico 01. Número de publicações científicas referenciadas no PubMed.gov aos canabinoides

Gráfico 01. Número de publicações científicas referenciadas no PubMed.gov aos canabinoides

No gráfico acima, observamos que após a identificação dos receptores canabinoides periféricos CB2 por Mechoulam em 1995, o maior interesse da ciência esta representado pelo aumento progressivo no número de publicações. Os receptores CB1 estão presentes nos neurônios, sendo mais abundantes nos gânglios basais, hipocampo e cerebelo no Sistema Nervoso Central (SNC) e os CB2 estão mais concentrados em células do sistema imunológico e em algumas células tumorais neoplásicas. A ativação e/ou bloqueio destes receptores, existentes nas células dos mais variados sistemas biológicos, pelos canabinoides que são moléculas produzidas, naturalmente, pela cannabis tais como THC, CBD, THCa, CBDa, CBG dentre outros mais de 70 canabinoides, produzem efeitos biológicos que podem trazer alívio para um série de doenças relacionadas ao sistemas neurológico e imunológico. Após 51 anos da descoberta do THC por Mechoulam, o SE, fora do sistema nervoso central, tem se tornado o foco dos pesquisadores que trabalham nesta área. As pesquisas avançam e já se conhece muito sobre o papel do SE no sistema cardiovascular, trato gastrointestinal, fígado, sistema imune, músculos, ossos, sistema reprodutor e pele [2].

Sistema Endocanabinoide nos Processos Fisiológicos

As pesquisas avançam e já se conhece muito sobre o papel do SE no sistema cardiovascular, trato gastrointestinal, fígado, sistema imune, músculos, ossos, sistema reprodutor e pele. No sistema cardiovascular, o SE está diretamente envolvido na recuperação do infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca, complicações cardiovasculares diabéticas, aterosclerose, choque circulatório. No tudo digestivo, especialmente nos intestinos, motilidade, absorção, permeabilidade e controle do sistema imune são regulados pelo SE. A sensação de fome se relaciona com a ativação dos receptores CB1 no SNC. No fígado, o controle da gordura, fibrogênese, apoptose (morte celular natural) e proliferação dos hepatócitos dependem do SE.  Na pele, a recuperação do revestimento epitelial, produção de melanina, controle da atividade secretória, proliferação celular e até o crescimento do cabelo são regulados pelo SE. Nos músculos, o controle da divisão de mioblastos, células formadoras de micro túbulos, constituintes das fibras musculares, também se relacionam com o SE. Nos ossos, a manutenção da massa óssea através do controle dos osteoclastos (células que destroem o tecido ósseo) e osteoblastos (células produtoras do tecido ósseo) é regulado pelo receptores CB1 e CB2. No sistema imunológico, a ação do SE é complexa e, ao mesmo tempo, muito interessante. A secreção de citocinas (que atraem as células de defesa e induzem a formação de novos vasos) e outras substâncias diretamente relacionadas com processos inflamatórios são intermediadas pelos receptores CB2 e CB2.

Sistema Endocanabinoide nos Processos Patológicos

Mecanismos de ação começam a ser explicados e o potencial terapêutico cresce para tratamento nas áreas: metabologia, neurologia, psiquiatria, doenças autoimunes, e oncologia. Neste contexto, inúmeros pacientes, sofredores de doenças graves, passaram a contar com uma alternativa concreta de conseguir alívio para o seu sofrimento. Por outro lado, apesar da ampla proibição internacional, a história remota do uso médico, religioso, recreativo e o atual conhecimento científico, têm demonstrado que o potencial terapêutico da cannabis mostra-se seguro, eficaz, econômico, com menos efeitos colaterais que muitos medicamentos amplamente utilizados. Resultados promissores têm sido observados, mas ainda faltam estudos clínicos prospectivos e duplos cegos para uma ampla aceitação da utilização da cannabis e seus derivados como alternativa terapêutica. Com pouco mais de 20 anos de descoberta dos receptores canabinoides, existe um número considerável, e crescente, de publicações científicas relacionando o potencial terapêutico da cannabis e seus canabinoides para varias doenças.

Uso medicinal da cannabis através de cultivo individual ou coletivo

Devido aos baixíssimos níveis de efeitos colaterais e a segurança observada pelo consumo em longo prazo, superior a três anos por crianças brasileiras, favorece o plantio da cannabis para produção do próprio medicamento. O cultivo coletivo de cannabis é comum em vários países onde seu consumo medicinal é regulamentado. Pacientes de todas as idades necessitam consumir, porém nem todos têm a capacidade de cultivar seu próprio fitoterápico; ou extrair e processar os princípios ativos necessários para confecção do mesmo. Dessa maneira, nos países onde o consumo medicinal é regulamentado, grupos de pacientes podem se formar para produzir, através de uma estrutura comum, o material vegetal para produção do medicamento necessário para o consumo individual. Um cultivo individual e domestico pode produzir matéria prima, flores ricas em canabinoides de plantas fêmeas, que podem ser utilizada para produção de um óleo ou extrato de maneira simples. Vários vídeos, disponíveis na internet, mostram o passo a passo para produção deste óleo. Mesmo realizado de maneira artesanal, um extrato de cannabis, mesmo sem controle da quantidade dos canabinoides, é suficiente para um controle satisfatório de um quadro epilético, transtornos relacionados à depressão e ansiedade. A regulamentação do cultivo pessoal para fins medicinais, muitas vezes, atende questões humanitárias. Tratando-se de uma planta que pode ser consumida “in natura” com fins medicinais em algumas situações clínicas, após regulamentação federal, pode ser produzida localmente, pelo próprio paciente. O custo elevado para importação de medicamentos a base de canabinoides e a ilegalidade para aquisição no mercado interno (limitada ao tráfico de drogas), são os principais entraves para utilização desses medicamentos no país; assim, a regulamentação do cultivo pessoal protegeria o usuário do tráfico de drogas, e baixa expressivamente o custo do tratamento. Nos países onde o cultivo é regulamentado, existem lojas especializadas em produtos para cultivo de cannabis; são as growshops, do inglês, que quer dizer “loja de cultivo”. Nestas lojas o paciente encontrará todos os produtos necessários para iniciar seu cultivo. Na internet, em fóruns e blogs brasileiros, é possível encontrar tutoriais, vídeos e alguma literatura ensinando a cultivar Cannabis Sativa L. para fins medicinais, de maneira relativamente simples e barata. Os cultivos regulamentados tem grande possibilidade de fornecer o fitoterápico de muitos pacientes ligados à associação. Pretendemos disponibilizar informação para ajudar os cultivadores a atingir alto nível de qualidade e confiabilidade na produção do seu fitoterápico assim que a regulamentação for estabelecida. Muitos pacientes beneficiados pela cannabis medicinal, e pessoas do seu círculo de amizade, estão tentando produzir seu próprio extrato (óleo). Essa alternativa é pautada num sentido de absoluta urgência, entretanto, além da falta de regulamentação, existe carência de informações técnicas que possam garantir a qualidade, e permitam a manipulação médica de dosagens que sejam adequadas para tratar cada paciente na sua necessidade específica. Informações técnicas qualificadas sobre plantio, extração de princípios ativos e produção de fármacos são essenciais, além da premente mudança na legislação nacional em prol da regulamentação da cannabis medicinal, para possibilitar o cultivo da Cannabis no país, tanto de forma individual ou coletiva. Dentro de um projeto de cultivo, que passa pelo plantio, extração e pesquisa, pretende-se adquirir conhecimento para estabelecer padrões para elaboração de um manual de boas práticas agrícolas da cannabis, essencial para produção do fitoterápico. Compete á ANVISA estabelecer os padrões ideais. Tal desenvolvimento permitirá a padronização da qualidade para cultivos pelo país. O cultivo coletivo de cannabis já é comum em vários países onde seu consumo medicinal é regulamentado. Pacientes de todas as idades necessitam consumir, porém nem todos têm a capacidade de cultivar seu próprio fitoterápico; ou extrair e processar os princípios ativos necessários para confecção do mesmo. Dessa maneira, nos países onde o consumo medicinal é regulamentado, grupos de pacientes podem se formar para produzir, através de uma estrutura comum, o material vegetal para produção do medicamento necessário para o consumo individual. A grande vantagem da padronização e dosagem dos canabinoides, além da garantia de continuidade do tratamento, nos extratos produzidos em cultivos no país, permitira o avanço da pesquisa clínica já que doses específicas poderão ser administradas de maneira uniforme para pacientes de determinados grupo de doenças. Estudos científicos observacionais, coortes prospectivas e estudos duplos cegos e randomizados terão validade estatística. Resultados, interação medicamentosa e efeitos colaterais serão confirmados de maneira significativa na construção das evidências clínicas ainda muito esperadas. Grupos de pesquisadores, em importantes Universidades de vários países, se destacam na produção de conteúdo científico experimental, já em nível avançado, e clínico em estudos iniciais. Neste contexto, merecem destaque as Universidades Brasileiras que já demonstram interesse na pesquisa do sistema endocanabinoide e da cannabis medicinal, algumas já possuem processos avançados no campo das pesquisas experimentais e clínicas.

  1. Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
  2. Universidade de Brasília (UnB)
  3. Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
  4. Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC)
  5. Universidade de São Paulo / Ribeirão Preto (USP)
  6. Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
  7. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  8. Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
  9. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  10. Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
  11. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
  12. Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Nosso site tem como objetivo trazer informação de qualidade e embasamento científico sobre o potencial terapêutico da cannabis, todas as citações tem suas referências indexadas e o resumos dos estudos e textos científicos podem ser, publicamente, acessados pela internet. Em consulta ao PubMed.gov (National Library of Medicine / National Institutes of Health), mais importante portal de indexação e busca de artigos científicos do mundo, completamos a fundamentação dos nossos argumentos. Como fonte de informação, esperamos contribuir para o conhecimento e aprendizado de pacientes, familiares, profissionais de saúde, autoridades e sociedade em geral. Por outro lado, nossa associação iniciou sua experiência científica, dentro do contexto do seu corpo de associados, e produziu o estudo intitulado “Uso de óleo de cannabis rico em CBD para controle de epilepsia refratária: estudo observacional AMA+ME” em fase final de publicação. Novos estudos estão a caminho. Agrupamos as doenças mais estudas, em relação ao potencial terapêutico da cannabis e seus canabinoides, em cinco subgrupos para facilitar a compreensão do texto por todos os interessados:

Imunologia Metabologia Neurologia Oncologia Psiquiatria

 

Referências:

  1. Michoulam R, Shvo Y. Hashish. I. The structure of cannabidiol. Tetrahedron. 1963 Dec;19(12):2073-8.[PDF]
  2. Michoulam R, Shvo Y. Isolation, Structure, and Partial Synthesis of a Active Constituent of Hashish’. [PDF]
  3. Fennessy MR, Lewis SJ, Taylor DA, Verberne AJ. A9-Tetrahydrocannabinol reduces brain regional histamine concentrations. Br J Pharmacol. 1983 Mar;78(3):452-4.[PDF]
  4. Devane WA, Hanus L, Breuer A, et al. Isolation and structure of a brain constituent that binds to the cannabinoid receptor. Science. 1992 Dec 18;258(5090):1946-9. [PubMed]
  5. Hanus, A. Breuer, S. Tchilibon, et al. HU-308: A specific agonist for CB2, a peripheral cannabinoid receptor. Proc Natl Acad Sci U S A. 1999 Dec 7; 96(25): 14228–14233.[PDF]
  6. Ofek O, Karsak M, Leclerc N, et al. Peripheral cannabinoid receptor, CB2, regulates bone mass. Proc Natl Acad Sci U S A. 2006 Jan 17;103(3):696-701.[PDF]
  7. Weiss L, Zeira M, Reich S, et al. Cannabidiol arrests onset of autoimmune diabetes in NOD mice. Neuropharmacology. 2008 Jan;54(1):244-9.[PDF]
  8. Maccarrone M, Bab I, Bíró T, Mechoulam R et al. Endocannabinoid signaling at the periphery: 50 years after THC. Trends Pharmacol Sci. 2015 May:36(5):277-99. [PDF]
  9. Fisher T, Golan H, Schiby G, et al. In vitro and in vivo efficacy of non-psychoactive cannabidiol in neuroblastoma. Curr Oncol. 2016 Mar;23(2):S15-22. [PDF]
  10. Rock EM, Limebeer CL, Petrie GN, et al. Effect of prior foot shock stress and Δ9-tetrahydrocannabinol, cannabidiolic acid, and cannabidiol on anxiety-like responding in the light-dark emergence test in rats. Psychopharmacology (Berl). 2017 Jul;234(14):2207-2217 [PubMed]