Doença neurodegenerativa, mais comum em humanos, que leva a demência progressiva e incurável. Acomete pessoas idosas e evolui com demência, ou perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem), causada pela morte de células cerebrais. Quando diagnosticada no início, é possível retardar o seu avanço e ter mais controle sobre os sintomas, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente e sua família. A doença afeta 1% dos idosos entre os 65 e 70 anos, mas a prevalência aumenta exponencialmente com a idade, sendo de 6% aos 70, 30% aos 80 anos e mais de 60% depois dos 90 anos. Até junho de 2015, existiam apenas dois ensaios clínicos randomizados sobre o efeito dos canabinóides nos distúrbios comportamentais em pacientes com demência. Em ambos os ensaios, os pacientes com doença de Alzheimer foram tratados com Dronabinol©, um THC sintético. O primeiro ensaio mostrou que 2,5 mg de THC, duas vezes por dia, foi eficaz na tratamento de anorexia e perturbações do comportamento [1], e o segundo evidenciou que 2,5 mg de THC, uma vez por dia, foi capaz de reduzir a atividade motora noturna e a agitação [2]. No entanto, ambos os ensaios só avaliados 12 e 2 pacientes respectivamente.

Estudo cooperativo, Sun Yat-sen University – China / Johns Hopkins University – USA, publicado na edição de maio / 2016 da revista científica Magnetic Resonance Imaging, evidencia importante redução volumétrica do hipocampo, principal sede da memória do cérebro humano, nos pacientes portadores de doença de Alzheimer [3]. Essa atrofia, detectada com alta sensibilidade e especificidade por exames de Ressonância Nuclear Magnética, é característica observada, nesses pacientes, e está relacionada à evolução da doença. Abrindo uma “Luz no fim do túnel”, o grupo do Prof. Fabrício Moreira do Departamento de Farmacologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e colaborador da AMA+ME, confirmou o papel neuroregenerador do CBD que atua aumentando, numericamente, as células progenitoras de neurônios no hipocampo [4]. Novos estudos clínicos são necessários para avaliar o real potencial terapêutico dos canabinoides na evolução da doença de Alzheimer.

Alze

Hipocampo – envolvido na doença de Alzheimer

Referências

1.        Volicer L, Stelly M, Morris J, et al. Effects of dronabinol on anorexia and disturbed behavior in patients with Alzheimer’s disease. Int J Geriatr Psychiatry 1997;12(9):913-9. [PubMed]

2.        Walther S, Schüpbach B, Seifritz E, et al. Randomized, controlled crossover trial of dronabinol, 2.5 mg, for agitation in 2 patients with dementia. J Clin Psychopharmacol 2011;31(2):256-8. [PubMed]

3.        Tang X, Qin Y, Wu J, Zhang M, Zhu W, Miller MI. Shape and diffusion tensor imaging based integrative analysis of the hippocampus and the amygdala in Alzheimer’s disease. Magn Reson Imaging. 2016 May 19. [Epub ahead of print] [PubMed]

4.        Campos AC, Moreira FA, Gomes FV, Del Bel EA, Guimarães FS. Multiple mechanisms involved in the large-spectrum therapeutic potential of cannabidiol in psychiatric disorders. Philos Trans R Soc Lond B Biol Sci. 2012 Dec 5;367(1607):3364-78. [PubMed]